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Observamos em nossa cidade e planeta desequilíbrios econômicos, sociais e ecológicos sob a ótica da sustentabilidade.

A pergunta é: Como contribuir para a redução desses desequilíbrios?

A Construção civil é a atividade humana que mais gera impacto ambiental negativo, quando utiliza em sua construção materiais com alto nível de energia embutida e com alta emissão de CO2, gera uma grande produção de entulho, movimentação de terra, desmatamento de floresta nativa e transporte dos materiais. Em sua operação a construção civil consome grande quantidade de energia elétrica e água, necessitando de infraestrutura, que por sua vez ocupa grandes áreas para produção.  É causadora de grande quantidade de esgotos e lixo.

É da cultura local pensar que o equilíbrio ecológico é questão de radicais ecologistas e que os eventos catastróficos são cíclicos, evocando a responsabilidade para o meio ambiente. Lembro muito bem, quando na idade adolescente (anos 60 a 70) que o clima na região da serra gaúcha possuía quatro estações bem definidas, com variação térmica ordenada e amplitude definida dentro de cada período.

Pratica que esta desorganizando o equilíbrio ecológico forjado pela natureza desde a formação do planeta a cerca de 4,6 bilhões de anos. Escala de tempo e eventos registrados no planeta os quais classificamos como eras geológicas.

Para termos uma ideia de tempo, a coluna geológica abaixo indica os milhões de anos da formação da vida no planeta.

Os humanos surgiram na África Oriental há cerca de 2,5 milhões de anos, no final do Plioceno, período que compreende de 5 a 2 milhões de anos atrás. 

“Não sabemos o ponto limite que o planeta pode suportar”, como coloca José Lutzemberger, no texto publicado em Zero Hora (clique aqui para conferí-lo na íntegra).

Estamos, como sociedade planetária, apostando todas as fichas no consumo imediatista, produto de nossa ignorância e limitação como ser humano, quanto aos principais valores da vida e sobre a permanência da vida como alma, além do tempo terreno.

Atualmente a ciência esta classificando o tempo atual como uma nova era geológica, denominada Antropoceno, decorrente da violenta transformação gerada pelo ser humano no planeta terra, gerando impacto com magnitude semelhante aos grandes eventos geológicos que alteraram a configuração do planeta, como relata Ailton Krenak em seu livro “Ideias para adiar o fim do mundo” (clique aqui e acesse o PDF).

Traduzindo para a prática cotidiana, as ações do ser humano não consideram em suas decisões, o quanto de contribuição negativa gera para o desequilíbrio ecológico do planeta. Não consideramos o quanto somos responsáveis pela alteração climática quando geramos riquezas, pensando somente no imediatista benefício econômico gerado.

Infelizmente somos os protagonistas desta realidade, quando edificamos prédios e cidades desconsiderando a necessidade de preservação do equilíbrio do planeta, forjado desde sua concepção (cerca de 4,6 bilhões de anos). 

Aqui em Caxias do Sul, estamos em um nível mais elevado que os níveis dos rios, condição que não é propícia ao alagamento da cidade, porém contribuímos com o desequilíbrio ecológico da região e do planeta, quando desenvolvemos um crescimento desordenado e despreocupado com o meio ambiente. Somos responsáveis por parte das águas que desceram a serra e inundaram o vale do Taquari neste ano de 2023. 

Foto: Nicéia Guerra | Faria Lemos, RS | 09/2023

Contribuímos para o aquecimento do planeta com a emissão de gases de efeito estufa quando desenvolvemos as atividades (construção civil, Industrias) sem a preocupação com os princípios da sustentabilidade (Econômico, Ecológico e Social). Transportamos produtos de consumo de locais distantes, como por exemplo revestimentos de piso chineses e outros produtos de consumo, por conta de seu valor, desconsiderando os gases de efeito estufa e poluição dos mares que gera seu transporte. Negligenciamos o desenvolvimento como sociedade local quando deixamos de utilizar os recursos e empresas regionais e buscamos as novidades da sociedade globalizada, destruindo a cultura regional, entre outras ações negativas que podem ser evitadas com o olhar na preservação da vida.

Na agricultura, as grandes áreas cultiváveis descaracterizaram as condições naturais do solo da região, diminuindo a capacidade de retenção das águas das chuvas, contribuindo para o rápido deslocamento das águas para os rios, gerando alagamentos. Por outro lado em períodos de estiagem a falta de agua nos rios é decorrente da irrigação das lavouras.

Nas cidades, a grande área pavimentada para o deslocamento de veículos, cerca de 50% das áreas habitadas, cria as condições para que a água adquira velocidade e rápido escoamento. A infraestrutura (esgotos) pequenos e cheios de lixo, ocasionam alagamentos e suas consequências. 

Como cidade não possuímos um plano de desenvolvimento sustentável de longo prazo, com foco também nos valores humanos, buscando oferecer qualidade de vida sonora, visual, do ar que respiramos. 

  • Queremos uma cidade com parques seguros? 
  • Queremos uma cidade pensada para o ser humano? 
  • Não podemos deixar de sonhar em uma cidade eficiente, sustentável e bela. 

O Brasil é signatário do COP 21 (Conferência das Nações Unidas sobre as mudanças Climáticas 2015) – Paris, com metas de redução do aquecimento global, objetivando ampliar a participação das fontes renováveis de energia na matriz energética, a qual já entrou em vigor em novembro de 2016 (clique aqui e confira). 

Penso que o ciclo de uma administração pública de quatro anos é ineficiente e não atende o curso do desenvolvimento sustentável das cidades. Pode ser criado estrutura perene que pense a cidade, com caráter apartidário, técnico e social, objetivando manter os planos do crescimento da cidade sob uma ótica do interesse comunitário. 

É possível implementar uma legislação municipal para incentivar a construção civil de nossa cidade a edificar com a ótica sustentável. Por que não fazemos?

Cada pequeno passo, quando se trata de sustentabilidade, pode ser transformador. Separamos dicas que você pode implementar no seu dia a dia para contribuir com a preservação do meio ambiente:

  1. Separar o lixo conforme instrução e coordenação dos órgãos responsáveis pela coleta e destinação do lixo;
  2. Adquirir produtos orgânicos locais, com menor utilização de adubos químicos, com selo de produto orgânico e/ou sustentável;
  3. Adquirir matérias de construção como selo da fabricação sustentável;
  4. Adquirir produtos regionais em detrimento aos produtos importados, os quais consomem energia de transporte e não incentivam a economia local;
  5. Quando for ao mercado, levar bolsa para não utilizar sacos plásticos fornecidos pelos mercados;
  6. Adquirir produtos com baixa quantidade de energia embutida, como a pedra;
  7. Não poluir o meio ambiente com lixo, combustão de veículos, etc.;
  8. Participar ativamente de organizações de cunho social que objetivam contribuir para melhoria material e psicológica das comunidades, da cidade e do planeta. Evoluir a sociedade como um todo;
  9. Quando for construir ou reformar procure um profissional que pense de forma sustentável. 

Onde a Guizzo Arquitetura entra?

A Guizzo Arquitetura é o escritório de arquitetura que trabalha com projetos de cunho ecológico e sustentável, pioneira em Caxias do Sul, apta a construir seu projeto sustentável com selo de certificação de arquitetura verde.

Aqui, te ajudamos a:

  • Implantar sistema de geração de energia fotovoltaica em casa;
  • Se possível, utilizar a prática da compostagem;
  • Cortar o mínimo de arvores possíveis;
  • Plantar árvores;
  • Preservar os mananciais hídricos;
  • Comprar produtos de empresas que possuam certificação, como por exemplo  madeira legal;
  • Comprar produtos de empresas que possuam o compromisso com o meio ambiente como certificação ISO 14.000 e que observam os princípios da governança sustentável (ESG).

Seja uma pessoa que preserva a vida e não somente o capital econômico!

Contribua com ideias manifestando sua opinião no site regeneração global no link https://regeneracaoglobal.com/home#googtrans(pt)

Texto: Gilberto Guizzo | Colaboração: Nicéia Guerra.